A Calorimetria Diferencial de Varredura é uma das atividades presentes na rotina de profissionais de Controle de Qualidade e especialistas de P&D (pesquisa e desenvolvimento). Independente da indústria de atuação, como garantir que o trabalho seja otimizado e como ter certeza da qualidade no desenvolvimento do produto na linha de produção? É possível caracterizar a sua matéria-prima através de técnicas de análise térmica, que geram gráficos com os eventos térmicos que são típicos da amostra analisada. Tudo isto é realizado por excelentes equipamentos científicos desenvolvidos por “diferentes fabricantes ao redor do mundo”.
Uma das formas de garantir a qualidade do produto final é a caracterização adequada dos materiais usados como matérias-primas, controle do processamento e caracterização do próprio produto em si. Uma das técnicas que permite caracterizar todo o produto desde o início de sua fabricação até sua entrega ao mercado é a análise térmica.
Antes, a técnica é comum ser chamada de Calorimetria Diferencial de Varredura ou Análise Térmica Diferencial devido a tradução do inglês. Entretanto, o certo é “Calorimetria Exploratória Diferencial” que é definida por “um grupo de técnicas por meio das quais uma propriedade física de uma substância e/ou de seus produtos de reação é medida em função da temperatura, enquanto essa substância é submetida a uma programação controlada de temperatura e sob uma atmosfera específica”. Dentro da análise térmica as técnicas mais conhecidas são:
A técnica de DSC é utilizada na área farmacêutica e de cosmético para a caracterização térmica; determinação da pureza; estudos de compatibilidade entre os constituintes da formulação; identificação de polimorfismo com determinação das entalpias de cada forma cristalina; estabilidades, temperatura de fusão e cristalização; calor de fusão e de cristalização, bem como na determinação da temperatura de transição vítrea.
Já na área de polímeros podemos usá-la para caracterizar as temperaturas de fusão, cristalização, bem como as entalpias relacionadas a estas transformações; temperatura de transição vítrea; entre outras.
Os eventos térmicos que geram modificações em curvas de DSC podem ser basicamente transições de primeira e de segunda ordem.
As Transições De Primeira Ordem apresentam variações de entalpia – endotérmica ou exotérmica – e dão origem à formação de picos.
Como exemplos de eventos endotérmicos que podem ocorrer em amostras de materiais, pode-se citar:
Eventos exotérmicos podem ser:
As Transições De Segunda Ordem caracterizam-se pela variação de capacidade calorífica, porém sem variações de entalpia. Assim, estas transições não geram picos nas curvas de DSC, apresentando-se como um deslocamento da linha base em forma de S.
Exemplos característicos são:
Existem vários fornecedores de equipamentos de DSC disponíveis no mercado, sendo os mais conhecidos TA Instruments, PerkinElmer, Mettler, Netzsch, Shimadzu, entre outras.
Os preços dos equipamentos variam entre 20 a 100 mil dólares, se importação direta, e dependendo dos acessórios necessários para atender sua análise.
As principais diferenças entre as marcas consistem no modo de operação dos equipamentos: a maioria dos equipamentos se baseia no princípio de operação por fluxo de calor, com exceção da PerkinElmer, que também possui o modo por compensação de potência.
Na prática o que varia entre eles é a questão de faixa de temperatura de trabalho, sensibilidade aliada a custo/investimento.
Atenção: Para se fazer a melhor escolha custo/benefício é necessário entender para qual aplicação o equipamento se destina.
Se tiver dúvida com relação a fabricantes e a qual modelo você necessita, não exite em pedir ajuda de um consultor. O custo de um acompanhamento especializado na aquisição é muito baixo comparado ao preço de um equipamento que vai muito além ou aquém da sua necessidade.